OMS aprova tratamentos não homologados contra Ebola; padre espanhol é primeiro europeu morto pela doença
Medicamento experimental ZMapp aplicado em dois americanos e um padre espanhol - que faleceu nesta terça-feira em Madri - provocou um intenso debate ético
O missionário espanhol Miguel
Pajares, de 75 anos, repatriado na quinta-feira passada da Libéria,
faleceu nesta terça-feira em Madri
Até o momento não existe nenhum tratamento de cura ou vacina contra o ebola, epidemia que levou a OMS a decretar uma emergência de saúde pública mundial. Mas o uso do medicamento experimental ZMapp em dois americanos e um padre espanhol - que faleceu nesta terça-feira em Madri - infectados com o vírus quando trabalhavam na África provocou um intenso debate ético.
O medicamento, do qual existe pouca quantidade, parece apresentar resultados promissores nos dois americanos, mas o religioso espanhol morreu nesta terça-feira em um hospital de Madri. A empresa americana Mapp Biopharmaceutical, que produz o medicamento, informou na segunda-feira que enviou o estoque para o oeste da África.
O número de mortes provocadas pelo vírus ebola superou a barreira de mil, com 1.013 óbitos e 1.848 casos registrados, segundo o balanço mais recente da OMS, que não conta com a morte do missionário espanhol.
Missionário infectado na Libéria
O missionário espanhol Miguel Pajares, repatriado na quinta-feira passada da Libéria, onde contraiu o vírus ebola, faleceu nesta terça-feira em Madri, anunciou o hospital La Paz-Juan Carlos III. O padre, de 75 anos, foi o primeiro religioso infectado com o vírus ebola repatriado para a Europa. Pajares havia contraído o ebola no hospital Saint Joseph de Monróvia, onde trabalhava.
"Ele morreu às 9H28 (4H28 de Brasília)", afirmou um porta-voz do hospital. Esta é a quarta morte nos últimos 10 dias de um funcionário do hospital Saint Joseph da capital da Libéria, vinculado à ordem religiosa de São João de Deus e fechado pelas liberianas desde 1 de agosto.
O missionário espanhol foi repatriado na quinta-feira passada em um avião especial, dentro de uma área isolada, acompanhado pela religiosa espanhola Juliana Bonoha, que trabalhava com Pajares mas que não foi infectada pelo vírus ebola segundo os exames.
OMS anuncia que ebola provocou mais de 1.000 mortes
O número de mortes provocadas pelo vírus ebola chegou a 1.013, com 1.848 casos registrados, segundo o balanço mais recente da Organização Mundial da saúde (OMS). Cinquenta e duas mortes foram registradas entre 7 e 9 de agosto, com 69 novos casos, de acordo com os dados da OMS. Segundo o balanço, 11 novos casos e sete mortes foram registrados na Guiné, 45 novos casos e 29 mortes na Libéria, assim como 13 novos casos e um óbito em Serra Leoa. Nenhum caso foi registrado no período na Nigéria, o quarto país afetado pelo vírus.
Sintomas do vírus Ebola
Os
primeiros sintomas do Ebola são febre, fortes dores de cabeça, mau
estar geral, dor de garganta e cansaço e, por isso pode ser confundido
com uma simples gripe.
Porém, após 1 semana de desenvolvimento da doença surgem outros sintomas, como:
- Manchas vermelhas no rosto;
- Bolhas de sangue na pele
- Sangramento dos olhos, nariz, boca e ânus;
- Dores fortes no peito;
- Períodos de irritabilidade;
- Falta de memória;
- Vômitos, náuseas e diarreia.
Quando
existe suspeita de infecção pelo Ebola, o indivíduo deve mantido em
vigilância e a sua temperatura corporal deve ser avaliada 2 vezes por
dia, durante cerca de 3 semanas. Se nesse período apresentar febre
superior a 38,3º, deve ser internado em isolamento no hospital.
O
Ebola é uma doença altamente contagiosa que é transmitida pelo contacto
com o sangue, urina, fezes, vômito, lágrimas, sêmen e fluidos vaginais
de pessoas contaminadas, objetos contaminados, como roupas do doente, e
por secreções respiratórias de animais doentes.
Tratamento do vírus Ebola
O
tratamento do vírus Ebola deve ser feito em isolamento no hospital e,
normalmente, consiste em aliviar os sintomas do paciente, através do uso
de remédios para febre, vômitos e dores.
Apesar de ser uma doença
grave, com alta taxa de mortalidade, existem pacientes que foram
contaminados com Ebola e que ficaram curados, tornando-se imunes ao
vírus Ebola.
O que fazer para não pegar Ebola
Para
não pegar Ebola é importante seguir todas as instruções de prevenção do
vírus Ebola sempre que estiver em locais em períodos de epidemia.
As principais formas de prevenção do Ebola são:
- Evitar o contato com indivíduos ou animais infectados, não tocando em feridas que estejam sangrando ou em objetos contaminados, usando camisinha em todas as relações sexuais ou não permanecendo no mesmo cômodo que um indivíduo infectado;
- Não comer frutas roídas, pois podem estar contaminadas com a saliva de animais contaminados, especialmente em locais onde existem morcegos da fruta;
- Usar roupa especial para proteção individual composta por luvas impermeáveis, máscara, jaleco, óculos, touca e protetor para sapatos, se for necessário o contato próximo com indivíduos contaminados;
- Evitar frequentar locais públicos e fechados, como shoppings centers, mercados ou bancos em períodos de epidemia;
- Lavar as mãos com frequência, usando água e sabão ou esfregar as mãos com álcool.
Outras
medidas importantes para se proteger do Ebola é não viajar para os
países como Nigéria, Guiné Conacri, Serra Leoa e Libéria, nem para
países que façam fronteira, porque são regiões que normalmente têm
surtos desta doença, e não tocar nos corpos dos indivíduos que morreram
com Ebola, pois podem continuar transmitindo o vírus mesmo depois de
mortos.
Como acontece a transmissão do vírus Ebola
A
transmissão do vírus Ebola acontece por contato direto com o vírus
Ebola, por isso, quando o sangue, suor ou a saliva de um paciente com
Ebola entra no organismo de um indivíduo saudável através de uma ferida
na pele, por exemplo, ocorre a transmissão desta doença porque este
vírus é altamente contagioso.
Outras formas de contágio incluem o
contato com o vômito, sêmen, secreções vaginais, urina, fezes e sangue
menstrual, de um paciente com Ebola e também com qualquer objeto ou
tecido que tenha entrado em contato com estas secreções.
Em caso
de suspeita de contaminação, o indivíduo deve dirigir-se ao hospital
para ser mantido sob observação e verificar se está com febre. Se a
temperatura estiver acima dos 38.3ºC, o indivíduo deve ser hospitalizado
e ficar em isolamento imediatamente até saber se está infectado ou não
com o vírus Ebola. Quando se confirma a contaminação pelo vírus Ebola, o
indivíduo tem que ficar no hospital de quarentena em isolamento, de
forma a evitar a transmissão da doença.
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